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Além da nave-mãe e do módulo de pouso, a missão contará com uma sonda de
impacto e dois nanossatélites, que tentarão filmar tudo de
perto.[Imagem: ESA - ScienceOffice] |
A ESA (Agência Espacial Europeia) anunciou estar entrando na etapa
final de avaliação da sua Missão Impacto a um Asteroide, ou AIM (
Asteroid Impact Mission).
A missão AIM voará junto com a missão DART
(sigla em inglês para Teste de Redirecionamento de Duplo Asteroide), da
NASA. O alvo de ambas é o sistema duplo Dídimo, um binário, com dois
asteroides girando um em torno do outro - o asteroide primário tem cerca
de 800 metros de diâmetro, enquanto o satélite tem cerca de 150 metros.
Enquanto a DART atinge o menor dos dois asteroides, a sonda AIM será
responsável por coletar todos os dados técnicos necessários para validar
os modelos de um impacto para desviar um asteroide de sua rota.
Além disso, dois nanossatélites (
cubesats) serão enviados para
observações complementares e mais arriscadas, bem mais próximas do
asteroide, e um módulo de pouso, a microssonda Mascot-2, descerá na
pequena lua Dídimo para examinar a sua estrutura interior.
Não há muito tempo disponível para a preparação da missão porque os
asteroides continuam vindo em direção à Terra, para uma passagem sem
risco de choque em 2022. Só na Europa, mais de 40 empresas de 15 países
estão envolvidas na fabricação dos diversos sistemas da missão. Nos EUA,
a construção do módulo de impacto está sendo coordenado pelo
Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins.
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Modelo em escala do módulo de pouso Mascot-2, que tentará pousar na lua do asteroide binário Dídimos. [Imagem: ESA/DLR] |
Pouso e observação
Para observar os asteroides, a missão usará a mesma câmera que a sonda Dawn, da NASA, está usando para observar o planeta anão Ceres.
Mas o sistema está sendo testado com os dados da sonda Rosetta, que orbitou um cometa durante mais de um ano.
"Não há dois asteroides exatamente iguais, e na verdade os asteroides
Dídimos estão realmente muito distantes para que os astrônomos saibam
suas características superficiais precisas. Mas essas imagens da Rosetta
oferecem um análogo útil para testar a precisão de navegação que
precisaremos para manobrar rumo ao nosso alvo, a 'lua Dídimo', e,
finalmente, liberar a Mascot-2 na sua superfície, com alguns centímetros
por segundo de precisão," explicou Michael Kueppers, chefe do projeto
AIM.
A ESA também está trabalhando com as empresas que apresentaram os melhores projetos de nanossatélites para voar a bordo da AIM.
Filmar o impacto
Uma missão multiveículos - nave-mãe, sonda de pouso, sonda de impacto e nanossatélites - no espaço profundo é algo pioneiro na exploração espacial.
A AIM também demonstrará uma tecnologia inovadora que permitirá que a
sonda navegue autonomamente em torno do asteroide, como uma nave
espacial autodirigida, sem necessidade de receber comandos da Terra.
O objetivo é que esse conceito de autonavegação possa ser aplicado em futuras naves espaciais destinadas a explorar corpos celestes mais distantes da Terra.
Fonte: Inovação Tecnológica